Não apenas jovens estão entre os mais propensos ao vício. Os adultos também podem se viciar no uso da rede
Gustavo Pinheiro (para o Jornal Opinião)
É difícil perceber o momento em que alguém deixa de fazer uso saudável e produtivo da internet para estabelecer com ela uma relação de dependência — como já se vê em parcela preocupante dos jovens. Mas não são só os jovens os adeptos às várias horas ao computador. Adultos de várias idades também estão se rendendo ao uso constante da internet. A internet era apenas uma ferramenta útil, e até mesmo divertida, embora, atualmente, ganhe cada vez mais espaço na vida de muitas pessoas. Uma mudança que se dá sem que muitos nem percebam.
Há pouco mais de seis anos a professora Gisele Viana, 46 anos, passou a usar com frequência a rede mundial de computadores. A professora já é figura conhecida por seus vários e-mails com mensagens de todos os tipos. Ela diz que recebe cerca de 20 e-mails por dia e que repassa algumas dessas mensagens para cerca de 150 contatos. “A internet, para mim, é uma ferramenta de trabalho, de pesquisa de informação e de diversão, através da qual posso conviver com pessoas e buscar outras experiências”, diz Gisele.
Ao contrário de muitos e apesar do uso constante do computador, Gisele não participa de redes sociais. Ela mantém três contas de e-mail para divulgar diversos tipos de mensagens. Além disso, os dois computadores que ela mantém em sua sala servem para pesquisas escolares e busca por mais informações. “Em geral, eu me acho uma pessoa conectada”, avalia. Mas a professora admite que quando fica fora de casa, sente falta de estar conectada. “Bate aquela curiosidade para saber o que está acontecendo na internet e não me vejo muito tempo fora dela. Tem horas em que eu sento aqui para fazer uma coisa num computador e, quando percebo, estou fazendo outra atividade no outro computador”, diz.
Se para a professora, ficar longe do computador - aliás, dos dois - é tarefa difícil, para a jovem Izabel Vieira, de 14 anos, o problema pode ser ainda pior. Ela confirma que usa a internet seis horas por dia e que essa é uma das formas para se comunicar com seus amigos da cidade e fora dela. “E também porque já criei uma forma de dependência”, admite a estudante, que tem contas no Orkut, no Twitter e no Formspring. Além de participar dessas redes sociais, Izabel se aventura nos sites de entretenimento. Ao contrário de muitos e apesar do uso constante do computador, Gisele não participa de redes sociais. Ela mantém três contas de e-mail para divulgar diversos tipos de mensagens. Além disso, os dois computadores que ela mantém em sua sala servem para pesquisas escolares e busca por mais informações. “Em geral, eu me acho uma pessoa conectada”, avalia. Mas a professora admite que quando fica fora de casa, sente falta de estar conectada. “Bate aquela curiosidade para saber o que está acontecendo na internet e não me vejo muito tempo fora dela. Tem horas em que eu sento aqui para fazer uma coisa num computador e, quando percebo, estou fazendo outra atividade no outro computador”, diz.
O acesso compulsivo à rede é diagnosticado como um distúrbio psiquiátrico do mesmo patamar que as dependências do álcool, do jogo e das compras. Os jovens são os mais propensos a extrapolar o uso da internet.
Na rede, os adolescentes sentem-se ainda mais à vontade para expor suas ideias. Entre os que apresentam indícios de estarem viciados em internet, há uma combinação de baixa autoestima com intolerância à frustração. Alguns deles podem sofrem de depressão, fobia social ou algum transtorno de ansiedade.
Izabel confirma que já ficou madrugadas conectadas à rede. “Se eu tivesse que diminuir o tempo que eu passo usando o computador, acho que eu não teria problemas. Mas sem internet não consigo ficar”, explica a Izabel. “Acho que chega a ser um vício sim. Quando o técnico leva o computador para manutenção, digo a ele que não demore porque não posso ficar sem ele”, confirma a professora Gisele Viana.
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