14/02/2012

Caeté, a cidade que escolhi

Nos 298 anos do município, histórias de moradores que não abrem mão de viver aos pés da Serra da Piedade


Gustavo Pinheiro
Do Jornal Opinião


Quando Caeté ganha mais um ano de vida, cada caeteense sente que também faz aniversário e se enche de orgulho para declarar seu amor pela cidade, para dar os parabéns ao município. Nesta terça-feira, dia 14 de fevereiro, Caeté vai completar 298 anos de emancipação política. Além de comemorativa, a data é um importante momento para que os mais de 40 mil habitantes da cidade, caeteenses ou não, reflitam sobre como esperam a cidade para o futuro. E quem nasceu - ou escolheu viver em Caeté - tem muito para contar.

Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso
Amor à cidade
Caeté foi o lugar que carioca Theo Cerdeira escolheu para morar. Vivendo a maior parte de sua vida em grandes cidades, o professor universitário aposentado estava em busca de um clima mais ameno, longe das ilhas de calor. “A escolha de Caeté resultou de um exame mais acurado e comparativo das cidades da minha lista. Contribuiu para minha opção a proximidade de um grande centro, cujas facilidades estivessem ao meu alcance”, diz. “Porém, a proximidade das pessoas e o seu cordial convívio contribuíram para a minha escolha”, ressalta Theo.


A história do designer de interiores Gustavo Assunção é oposta à do professor. Ele, que é caeteense, sempre teve vontade de morar fora da cidade e vivenciar novas oportunidades. “Durante o ensino médio, tive a oportunidade de concluir os estudos em Belo Horizonte”, conta. Desde então, ele atuou em diversas empresas do setor de telecomunicações e da construção civil, podendo viajar muito pelo país, vindo a graduar-se em Design de Interiores. Foi nesse momento, depois de perceber certo crescimento na área da construção civil, que Gustavo resolveu ficar em Caeté e apostar seu negócio dentro da cidade. “Acredito no potencial da cidade”, sentencia.


Os dentistas Júlio Avelar e Tarcísio Garcia, belo-horizontinos, talvez não imaginassem que o negócio deles em Caeté fosse prosperar tanto. Eles vieram para a cidade em 2004, atraídos pela boa fase da economia, e hoje, além de uma moderna e ampla clínica odontológica, também investem no setor imobiliário. Tarcísio explica que a proximidade com a capital é um ponto positivo para Caeté. “Se duplicassem a BR, o ganho seria muito grande, a exemplo das regiões de Nova Lima e da Linha Verde”, observa.


Pensando no futuro
Apesar dos muitos problemas hoje enfrentados pela comunidade, a esperança por um futuro melhor parece nunca acabar, o que pode explicar a vontade dos moradores de viver num município mais igualitário, mais includente e de boas oportunidades para todos.

Em vista aérea, a Serra da Piedade ao fundo da cidade
Para o professor Theo Cerdeira, ex-diretor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, esses desafios correspondem ao que expressam os indicadores de desenvolvimento humano propostos pela ONU. “Trata-se de educação, expectativa de vida e saúde, além da segurança. Mas desses fatores, eu creio que a educação seja o mais essencial”, reiterou.
Prestes a completar 298 anos, a cidade também está de olho em seu tricentenário.


Mas qual seria o melhor presente para a cidade nesta época tão importante de nossa história? “Uma sociedade organizada, justa, com os recursos bem distribuídos é o caminho para se chegar ao verdadeiro desenvolvimento”, diz Gustavo. “Caeté tem um grande potencial para desenvolver o turismo, que hoje é pouco explorado”, lembra o dentista Tarcísio Garcia.


“Sou da opinião que tudo o que se fizer para organizar melhor o sistema local de ensino, instituir uma coordenação pedagógica eficaz, dotar as escolas de condições de promover atividades curriculares extraclasse, utilizando inclusive os recursos modernos da tecnologia digital. Esse seria provavelmente o melhor presente que Caeté teria ao completar 3 séculos de existência, tarefa que certamente terá destaque na gestão do próximo governo”, conclui o professor Theo.


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