26/04/2012

De Caeté ao Chile, de moto


Expedição emocionante percorreu 9 mil quilômetros e passou por três países

Gustavo Pinheiro
Do Jornal Opinião

Todo motociclista apaixonado por estrada sempre sonha em fazer uma longa e emocionante viagem. E o desejo de botar a mochila nas costas e sair por aí, desbravando o mundo, foi concretizado por Gerhart Martins Schmidt, um caeteense que parou tudo que estava fazendo para realizar o sonho antigo de viajar de moto por destinos paradisíacos da América do Sul. Ele saiu de Caeté com destino a Santiago, capital do Chile, e, em 10 dias, percorreu cerca de 9 mil quilômetros de aventuras e desventuras, sozinho.

A viagem de Gerhart, como qualquer outra extensa e passível de imprevistos, teve de ser bem planejada. Não foi de um dia para o outro que ele decidiu sair com sua Honda Transalp 700 pelas estradas. O primeiro imprevisto ocorreu antes mesmo de Gerhart sair de Caeté. Seu irmão, Franz, também o acompanharia na empreitada, mas desistiu por falta de tempo. Gerhart, no entanto, não renunciou à vontade e enfrentou o desafio.

A viagem
“Demorou para que essa viagem fosse concretizada. É preciso muito planejamento e, também, disponibilidade”, disse ele, referindo-se ao seu calendário pessoal que foi organizado para que a viagem fosse possível. Em sua aventura, Gerhart passou por muitas cidades brasileiras, argentinas e, finalmente, as chilenas. Foram dez dias de percurso divididos entre ida e volta. “Fiz grandes amigos no Chile. Aliás, a população de lá é muito receptiva”, comentou.

Aventura de Gerhart Schmidt durou 10 dias (Foto: Acervo pessoal)

 Como nem tudo são flores - apesar de uma paisagem deslumbrante, diga-se de passagem -, Gerhart também teve alguns perrengues. Ele conta que enfrentou sozinho tempestades de neve entre a Argentina e o Chile, próximo à Cordilheira dos Andes; problemas para usar seu celular, que nem ligações a cobrar estava fazendo (o que deixou sua família aqui no Brasil muito preocupada); e teve de conviver com a incômoda presença de alguns policias corruptos, em terras argentinas, que são adeptos aos pedidos de propina. Apontar aspectos inesquecíveis de uma viagem repleta de lindas atrações não é tarefa das mais fáceis. Gerhart esteve em vinícolas, em fazendas, próximo a imponentes montanhas e também do Oceano Pacífico. “Chega a ser um pouco difícil eleger um lugar como o mais bonito, mas o Chile é um lugar fantástico, encantador.”

Na mochila, Gerhart levou apenas o essencial: poucas (e leves) roupas, um bom agasalho impermeável, mapas e outros utensílios essenciais à sua tentativa de ter algum conforto e segurança numa região que ele nunca havia estado. “O vento, num determinado ponto, era muito forte”, disse ele, explicando que é preciso, também, muito preparo físico para a viagem. “Antes de sair, chequei e vi que a saúde estava em dia.”

Tempestades de neve eram comuns durante a viagem, disse ele (Foto: Acervo pessoal) 

Ao final da aventura, ele se encontrou com a esposa, Alessandra, em Santiago. “Ela foi e voltou de avião. Eu voltei para o Brasil de moto”, conta. Perguntado sobre alguma nova empreitada que teria em mente, Gerhart Schmidt diz que, por enquanto, não há planos. “Mas, viajar pela Europa de moto seria uma boa ideia.” Uma coisa, ao menos, ele sabe muito bem: “Viajar sozinho nunca mais. Uma companhia é fundamental. Agradeço à minha família e a Deus. Apesar de ter ido sozinho, eu estava acompanhado de Deus e pensando na família - e a família também estava pensando em mim”, concluiu.

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Um comentário:

Moi, Thaynara disse...

Que legal! Que coragem ele teve! Gostei da notícia...