Objetivo será discutir medidas preventivas contra novos desastres ambientais na região
Gustavo Pinheiro
Do Jornal Opinião
Considerado um dos piores incêndios ocorridos na Serra da Piedade, o fogo que destruiu cerca de 100 hectares de vegetação - entre muitas espécies endêmicas, ou seja, só existem naquela região - e matou ou afastou grande quantidade de animais deve provocar intenso desequilíbrio ambiental em uma grande porção de área da Serra.
Buscando evitar que novas tragédias aconteçam, uma força-tarefa, composta por órgãos ligados à área de combate a incêndios, bem como Prefeitura de Caeté, Arquidiocese de Belo Horizonte e a empresa Saint Gobain (que possue terrenos na região), se reunirá nos próximos dias para discutir a criação de um plano de ação mútua, cujo objetivo é facilitar a contenção de incêndios que possam ocorrer futuramente na região. A informação foi confirmada na segunda-feira, 5, pelo coordenador municipal de Proteção e Defesa Civil de Caeté, Roberto Rodrigues Reis.
Apesar de todo o estrago já causado à Serra da Piedade com o incêndio, a reunião da força-tarefa vem em boa hora, conforme avalia o sargento Geraldo Magela, da Polícia Ambiental de Caeté. “As medidas que forem adotadas, certamente, contribuirão para que seja menor o impacto de incêndios futuros, caso eles ocorram novamente”, ponderou. A data da reunião, no entanto, ainda não foi marcada.
Desastre ambiental
O fogo que consumiu grande parte de mata na Serra da Piedade começou no dia 27 de outubro, numa fazenda pertencente à Saint Gobain, que fica próxima ao santuário estadual. As chamas, que se alastraram de forma descontrolada e em pontos de difícil acesso, chegaram perto da ermida da padroeira e da casa dos peregrinos, causando tensão em muitas pessoas que acompanhavam o trabalho dos profissionais destacados para conter as chamas.
Santuário estadual foi atingido por grave incêndio (Foto: Alice Okawara) |
Em um comunicado divulgado no dia 2, dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo metropolitano de BH, se disse consternado com o “prejuízo irreparável” à flora e à fauna da Serra da Piedade. Ao afirmar que o início do incêndio foi em uma fazenda vizinha ao Santuário (a da Saint Gobain), dom Walmor diz acreditar que a velocidade na tomada de providências poderia ter evitado a tragédia. “Provavelmente, o cuidado, o zelo e a velocidade nas providências teriam evitado que as chamas, depois de dois ou três dias, alcançassem o terreno sagrado do Santuário Nossa Senhora da Piedade”, lamentou.
Ninguém no escritório da Saint Gobain em Caeté comenta o assunto.
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