08/11/2012

Força-tarefa vai avaliar incêndios na Serra da Piedade


Objetivo será discutir medidas preventivas contra novos desastres ambientais na região

Gustavo Pinheiro
Do Jornal Opinião

Considerado um dos piores incêndios ocorridos na Serra da Piedade, o fogo que destruiu cerca de 100 hectares de vegetação - entre muitas espécies endêmicas, ou seja, só existem naquela região - e matou ou afastou grande quantidade de animais deve provocar intenso desequilíbrio ambiental em uma grande porção de área da Serra.

Buscando evitar que novas tragédias aconteçam, uma força-tarefa, composta por órgãos ligados à área de combate a incêndios, bem como Prefeitura de Caeté, Arquidiocese de Belo Horizonte e a empresa Saint Gobain (que possue terrenos na região), se reunirá nos próximos dias para discutir a criação de um plano de ação mútua, cujo objetivo é facilitar a contenção de incêndios que possam ocorrer futuramente na região. A informação foi confirmada na segunda-feira, 5, pelo coordenador municipal de Proteção e Defesa Civil de Caeté, Roberto Rodrigues Reis.

Apesar de todo o estrago já causado à Serra da Piedade com o incêndio, a reunião da força-tarefa vem em boa hora, conforme avalia o sargento Geraldo Magela, da Polícia Ambiental de Caeté. “As medidas que forem adotadas, certamente, contribuirão para que seja menor o impacto de incêndios futuros, caso eles ocorram novamente”, ponderou. A data da reunião, no entanto, ainda não foi marcada.

Desastre ambiental
O fogo que consumiu grande parte de mata na Serra da Piedade começou no dia 27 de outubro, numa fazenda pertencente à Saint Gobain, que fica próxima ao santuário estadual. As chamas, que se alastraram de forma descontrolada e em pontos de difícil acesso, chegaram perto da ermida da padroeira e da casa dos peregrinos, causando tensão em muitas pessoas que acompanhavam o trabalho dos profissionais destacados para conter as chamas.

Santuário estadual foi atingido por grave incêndio (Foto: Alice Okawara)
As chamas foram debeladas na quinta-feira, 1º, e o santuário, que havia sido fechado ao público, voltou a ser aberto para visitação já no dia seguinte.

Em um comunicado divulgado no dia 2, dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo metropolitano de BH, se disse consternado com o “prejuízo irreparável” à flora e à fauna da Serra da Piedade. Ao afirmar que o início do incêndio foi em uma fazenda vizinha ao Santuário (a da Saint Gobain), dom Walmor diz acreditar que a velocidade na tomada de providências poderia ter evitado a tragédia. “Provavelmente, o cuidado, o zelo e a velocidade nas providências teriam evitado que as chamas, depois de dois ou três dias, alcançassem o terreno sagrado do Santuário Nossa Senhora da Piedade”, lamentou.

Ninguém no escritório da Saint Gobain em Caeté comenta o assunto.


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